terça-feira, 23 de setembro de 2008

Modos de trabalhar

A INI-GraphicsNet Stiftung (Fundação) não trabalha apenas, como o próprio nome indica na área da computação gráfica. Embora tenha sido criada por pessoas ligadas ao instituto Fraunhofer para a computação gráfica, e os projectos europeus que sustentam maioritariamente a sua existência sejam na área tecnológica, a sua participação mais ligada à economia da inovação tem vindo a crescer. É exemplo de projecto nesta área o KIS4SAT, um projecto europeu que pretende promover o crescimento de PMEs ligadas ao sector dos satélites. Para isso, a fundação e a empresa spin-off a ela associada (INI-Novation) têm como principal papel a definição, através da elaboração de um relatório, das competências de gestão cruciais para este tipo de empresas e a preparação de um training package adaptado às suas exigências particulares. Isto é apenas um workpackage que nós lideramos, de entre aproximadamente 7, que em conjunto constituem o KIS4SAT.

A dinâmica de trabalho é muito diferente em relação a Portugal? Bom, tendo trabalhado numa Organização Não Governamental chamada TESE durante 7 meses e mesmo sabendo que não tenho muita experiência no sector privado, achava até há pouco tempo que trabalhar em Portugal ou no estrangeiro não é assim tão diferente. No entanto, pergunto-me, porque é que a Alemanha é a maior economia da Europa e Portugal vê-se sempre à rasca quando falamos de crescimento económico?

Pelo que me chega aos ouvidos, através de conversas com portugueses que tenho conhecido aqui, os incentivos oferecidos no estrangeiro são significativamente maiores.
Pelos vistos à ligeiras diferenças no trabalho em Portugal, pelas quais ainda não tinha dado conta. O valor que é dado ao trabalhador português é muito baixo (talvez por boas razões, antigamente a ainda actualmente tem-se ideia de que estes tentam de tudo para escapar ao trabalho). Mas será que esta tendência dos portugueses não tem vindo a diminuir?

Enquanto as empresas não valorizarem os seus trabalhadores, a tendência será para que Portugal perca cada vez mais mão-de-obra qualificada, que prefere por diversas razões vir para o estrangeiro trabalhar. Isto porque primeiro, o seu salário aumenta ao mesmo tempo que os seus custos de vida aumentam, mas não na mesma proporção. Segundo, o trabalhador consegue cumprir com os seus deveres a tempo e horas, salvo algumas excepções, sendo compatível a manutenção de uma vida social para além do trabalho . Terceiro, as hierarquias de trabalho existem mas não são insistentemente mostradas nem o fosso monetário entre diferentes hierarquias é tão exagerado. Aqui não é necessário progredir na carreira para se viver suficientemente bem.

Até agora o meu trabalho tem sido desafiante e ao mesmo tempo descontraído com pessoas como o Bruno, Mark, Daniel, Thörsten e Swetlana a darem um empurrãozinho na maneira como se lida com este no dia-a-dia. Tenho me apercebido que as pessoas fazem toda a diferença na minha aprendizagem profissional.

6 comentários:

Anónimo disse...

Gostei imenso da foto dá o tal ar descontraido ao trabalho.
Será que o Bruno cheira mal dos pés? Acerca do mau gosto pelo sapatos ninguem dúvida que é ele.
Enfim sou eu que tenho mau feitio. :)

Anónimo disse...

Nao ha provas de que seja eu... E os sapatos até sao bonitos :)

Dona Liquirizia, allora! disse...

estás tão linda na foto!! :) o teu cabelo está pequeninooo!! :)
agora deixando-me de galinhices ;) quanto aos modos de trabalhar, de facto não se pode pensar que os portugueses são todos preguiçosos, até porque nós trabalhamos muito (tempo) e, nem sempre trabalhamos bem. As chefias muitas vezes não sabem aproveitar os Recursos Humano que têm e, outras vezes, exigem demasiado de cada um, quase até à exaustão. Sendo que começamos a ser todos, incluindo chefias, um grande exército (para usar uma expressão a atirar pro marxista) de exaustos, meio adormecidos. Por outro lado, parte também das pessoas, dos trabalhadores, ter uma atitude diferente face ao trabalho e face ao empregador, tanto quanto fôr possível em cada caso. Às vezes uma mente mais arejada, com mais consciência das suas potencialidades e limites, pode fazer muito para que o tempo não custe tanto a passar.
Um beijinho muito grande!
Joana

Dona Liquirizia, allora! disse...

errata, "embora nem sempre bem".

Dona Liquirizia, allora! disse...

ah, já agora, eu também me descalço no local de trabalho :P e acho que melhora substancialmente o meu desempenho.

(Bruno, não estás sozinho. ;)

lara disse...

Olá malta!
Pois eu bem gostava que o meu trabalho fosse mais parecido com um carrossel e menos afastado da vida de quem lá trabalha... Concordo com a Joana que podemos mudar os hábitos de trabalho com uma atitude diferente (se não acreditasse nisso já me tinha demitido =)) mas não é fácil porque o que esperam de nós é muitas vezes que simplesmente sigamos o rebanho, é preciso um carrossel para obrigar todos a ultrapassar a inércia =)

Este blog não fornece carrosseis Carmenzita?

Beijinhos!

Lara