quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Finding Darmstadt

Há algum tempo atrás cheguei a Darmstadt (em bom português lê-se Dárrmchtad), uma cidade a 20 minutos de Frankfurt, no Estado de Hessen, Alemanha.
Depois de fazer uma curta viagem de avião, a primeira sensação que tive foi de um silêncio tremendo ao sair do avião, o que no segundo aeroporto mais movimentado aeroporto da Europa, é assustador.
A segunda impressão que tive foi já da cidade. A sua praça principal fez-me lembrar Amesterdão, uma pessoa tem de ter cuidado para não ser atropelada nem por bicicletas nem por eléctricos. A pouco e pouco, começo a apreciá-la, embora a cidade não seja grande, tem as suas vantagens.
A qualidade de vida dos alemães não é medida pela dimensão da cidade onde vivem, mas pela calma e tranquilidade do sítio que os rodeia, uma boa conversa acompanhada por uma cerveja de 0,5l em cafés como o Ratskeller (é o café mais representativo da cidade que produz cerveja na sua cave) é uma óptima solução para aproveitar os últimos raios de sol. Qualidade de vida também é sinónimo de um bom passeio pela natureza ao fim de semana. O domingo é dia sagrado, não se vê vivalma na rua, a maior parte das pessoas aproveita para respirar a tranquilidade e o ar puro das vilas perto de Darmstadt através de um passeio de bicicleta.
Outro indicador de qualidade de vida é o espaço que uma cidade tem. Com cerca de 140 mil habitantes tem uma área superficial maior que a de Lisboa e a do Porto. Não vivem todos encafuados no mesmo buraco, nem são dominados por empresas de construção civil e por pensamentos de que viver no centro é que é bom. Por outro lado, também é verdade que os meios de transporte são melhores, mas ao mesmo tempo, muito mais caros do que em Portugal.

A terceira impressão que criei foi a partir de uma conversa inesperada para o primeiro dia de trabalho. Primeiro almoço de trabalho e o tópico de conversa: Hitler e o período que esteve no poder. Começo da conversa: Quais as características ideiais dos políticos? Após algumas ideias chegámos à discussão sobre o carisma de Hitler e à frase de desacordo "Do ponto de vista económico, a Alemanha nunca se desenvolveu tanto num espaço tão curto de tempo, como quando ele esteve no poder".
O que significa "ponto de vista económico"? Estritamente económico? Em que só olhamos para números do PIB e dizemos "uau". Como aprendi há algum tempo atrás, demora-se décadas a conseguir construir uma economia, mas pouco tempo é preciso para conseguir arruiná-la.
Com este primeiro dia de trabalho, consegui começar a perceber como são os alemães, muito pouco preconceituosos, sem tabus e muito atenciosos, hospitaleiros.

3 comentários:

André Alves disse...

Espero ansiosamente pela quarta impressão. A minha primeira impressão ainda no aeroporto de F, no terminal 2, também foi a de existir lá dentro um silêncio de morte. Beijos, muitos, muitos

Anónimo disse...

Carmen,
Tenho algumas questões para o problema do ruído:
1-Será que não terás aterrado à noite? no aeroporto?
2- Ou ainda não tinhas tirado os tampões dos ouvidos?
3-Nao terás atterado em África?

lara disse...

Que bom começo para um blog, uma cidade por descobrir (sim, não é por ser pequena que se fica a conhecer em 3 meses). Estou mesmo com vontade de ir aí!

Beijinhos

lara